Marginais

Data: 18 de Março de 2017, 16h00

Local: Cadeia Quinhentista, Estremoz

Na Idade Média não há diversidade maior do que a existente no universo daqueles que vivem à margem.

O que os congrega sob um mesmo perfil é a sua exclusão da sociedade reconhecida, o processo que os leva a ser colocados à margem dessa sociedade ou, até mesmo, exilados.

Além do crime, a infâmia também concebe marginais.

Embora seja, por norma, individual, a infâmia pode ser colectiva, como acontece com as profissões “desonestas”.

Continuam, no entanto, a ser infames, excluídas, as pessoas do mundo do espectáculo como os jograis, as prostitutas e os usurários.

Nesta sociedade em que a ambiguidade física é tão forte, o doente e o inválido têm apetência para a segregação.

A exclusão é manifesta no que diz respeito ao mais perigoso, ao mais escandaloso, ao mais miserável de todos eles, o leproso.

Casos extremos de marginalização, os grupos que se mantêm fora da sociedade por motivos sócio-culturais: judeus, muçulmanos, hereges e pagãos.

No entanto, todas essas categorias de pessoas se caracterizam pela sua diferente maneira de viver, por não se sujeitarem a normas e modelos de vida estabelecidos e por se recusarem a trabalhar ou a desempenhar uma função social.

Os marginalizados encontram-se juntos também na aversão, na estranheza, no medo e, por vezes, no ódio que a sociedade lhes demonstra.

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