Durante o mês de Dezembro, no Museu da Olivença, está em exposição um presépio português feito por Sara Sapateiro , uma jovem barista, de Estremoz.

Iniciou o seu percurso nesta arte em janeiro de 2018 pelas mãos de Isabel Pires, sua professora, com quem aprendeu todas as técnicas e processos da mesma.

A produção de estatuetas de barro, vulgarmente conhecidas por “Bonecos de Estremoz”, é uma arte com mais de três séculos e faz parte da identidade cultural deste concelho.

As primeiras referências datam de 1770, com as “boniqueiras”, mulheres que faziam curiosidades e figuras de barro e que tinham artesanato não reconhecido.

Esta arte figurativa tem as suas raízes no povo e na devoção aos santos populares de Portugal: Nossa Senhora da Conceição e Santo António. Como as gentes desta zona não podiam adquirir figuras esculpidas em madeira, as mulheres moldavam à mão o abundante barro de Estremoz, dando vida às figuras que adornavam as suas casas. Tiveram que lutar muito para manter essa tradição, pois os homens não queriam que suas mulheres trabalhassem fazendo bonecos , tanto que foi o prefeito quem decretou permissão para que continuassem com o ofício, segundo documento do início do século 19. s. XVIII.

Ao longo dos anos, o que, a princípio, eram representações de santos. estendeu-se a representações de ofícios, festas pagãs, presépios, etc.

A fabricação artesanal dessas estatuetas de barro requer vários dias; Primeiro as várias partes do corpo das figuras são montadas, depois são cozidas em um forno elétrico e, finalmente, são pintadas e revestidas com um verniz transparente. Todos eles obedecem a uma série de cânones específicos. A sua estética particular permite identificar imediatamente a sua origem.

A sua técnica, singularidade e popularidade têm sido as condições para que esta arte tenha sido declarada, pela UNESCO, Património Cultural Imaterial da Humanidade, em 2017.

O conhecimento relacionado a ela é repassado em oficinas familiares ou por meio de aprendizado profissional. Os artesãos ensinam os rudimentos do seu ofício através de formação informal e participam ativamente em ações de sensibilização organizadas em centros educativos, museus, feiras e outros eventos.

Fonte: https://museodeolivenza.com/presepio-o-pesebre-pieza-del-mes-de-diciembre-de-2022/